Os representantes da vacina russa contra covid-19 Sputnik V informaram nesta quinta-feira que processarão a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os desenvolvedores do imunizante acusam o órgão regulador brasileiro de divulgar “informações falsas e imprecisas”.
“Após a admissão do órgão regulador brasileiro – Anvisa – de que não testou a vacina Sputnik V, a Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente”, disse a publicação nas redes sociais da vacina russa.
Após a admissão do regulador brasileiro Anvisa de que não testou a vacina Sputnik V, a Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente.
— Sputnik V (@sputnikvaccine) April 29, 2021
Na última segunda-feira, 26, a a Anvisa recusou o pedido de importação do imunizante feito por governadores brasileiros, alegando inúmeras lacunas que colocam em suspeita a segurança e qualidade do imunizante.
Além disso, a Anvisa apontou para uma falha considerada mais grave. Segundo Gerência de Medicamentos do órgão brasileiro, a vacina russa usa um adenovírus que carrega o material genético do coronavírus e que consegue se reproduzir, podendo gerar risco à saúde dos pacientes, principalmente aqueles com sistema imune comprometido.
A alegação, no entanto, foi contestada pelos desenvolvedores russo. “Anvisa fez declarações incorretas e enganosas sem ter testado a vacina Sputnik V. E desconsiderando ofício de Gamaleya Inst. que nenhum RCA está presente, e apenas vetores não replicantes são usados com E1 deletado”, afirma a publicação.
Pressão dos EUA
Na terça-feira, 27, o presidente do fundo russo, Kirill Dmitriev, chegou a afirmar que a negativa da Anvisa à importação da vacina russa não tinha nada a ver com acesso à informação ou ciência, mas estaria ligada a uma “pressão política”. “Acreditamos que a única motivação verdadeira para a decisão da Anvisa é a pressão política“, afirmou.
Para Dmitriev, os Estados Unidos teriam persuadido o Brasil durante a governo Donald Trump a não comprar a Sputnik V. “Gostaria de dar parabéns ao governo norte-americano, porque o objetivo deles provavelmente se concretizou agora“, disse.
“A Anvisa teve um comportamento estranho, não conversou diretamente com a gente e divulgou informações falsas para a imprensa. Nunca vimos nada parecido”, lamentou Dmitriev.
Até o início da tarde desta quinta-feira, a Anvisa ainda não tinha se manifestado publicamente sobre a ameaça de processo feita pelos russos.
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