Na noite da última terça-feira, 12, ativistas do movimento negro realizaram um protesto no centro de Teresina contra a escolha da ex-BBB Gyselle Soares para o papel de Esperança Garcia, a primeira advogada negra do Brasil.
A representação da participante da oitava edição do “Big Brother Brasil”, segundo os ativistas, embranquece uma pessoa negra.
“As crianças que vão assistir ao espetáculo vão ficar na cabeça que a Esperança Garcia é uma pessoa branca”, disse Sônia Terra, da Rede de Mulheres Negras do Piauí, ao G1.
Gyselle afirmou que entende as críticas, mas que, como atriz, pode interpretar qualquer personagem, e que se considera “de todas as cores”.
“Eu me considero de todas as cores, um ser humano com coração que pode sentir tudo. Estamos no mundo, somos todos iguais”.
A peça “Uma escrava chamada Esperança” está em cartaz no Teatro 4 de Setembro, na capital do Piauí.
Em agosto de 2016, artistas orientais fizeram um manifesto pelo fim da discriminação étnica que ocorre em algumas produções de audiovisual, dando prioridades a atores ocidentais brancos em papéis que deveriam ser interpretados por orientais. A mesma prática ocorre com negros e índios.
Esperança Garcia
Mulher negra escravizada na fazenda de Algodões, Esperança Garcia ficou conhecida por escrever uma carta o governador da capitania do Piauí, denunciando o sofrimento dos escravos.
O texto, de 6 de setembro de 1770, foi encontrada em 1979 no arquivo público do Piauí, pelo pesquisador e historiador Luiz Mott.
Em 2017, ela foi reconhecida pela OAB/PI como a primeira advogada piauiense.
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