Recentemente, um caso inusitado de um paciente com acúmulo de cobre nos olhos foi descrito em um estudo publicado no jornal científico The New England Journal of Medicine.
O homem que tinha uma espécie de anel dourado na córnea foi diagnosticado com doença de Wilson, também conhecida como degeneração hepatolenticular e degeneração lenticular progressiva.
O que é a doença de Wilson?
A doença de Wilson é causada por um defeito genético que prejudica o transporte de cobre no organismo e causa o envenenamento do corpo por essa substância.
De acordo com o Centro de Controle de doenças (CDC), dos EUA, a maioria das pessoas é diagnosticada com a essa condição entre as idades de 5 e 35 anos, mas ela também pode afetar pessoas mais velhas ou mais jovens.
Mas como isso acontece?
O cobre desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de nervos saudáveis, ossos, colágeno e melanina, os pigmentos da pele. Normalmente, a substância é absorvida dos alimentos.
Em um corpo saudável, o fígado filtra o cobre em excesso e o libera pela urina. Em pacientes com a doença de Wilson, o fígado não consegue remover o cobre extra de maneira adequada, então, a substância se acumula, podendo atingir o cérebro, fígado e os olhos.
O diagnóstico precoce é crucial para interromper a progressão da doença, e evitar insuficiência hepática, danos cerebrais ou outras condições potencialmente fatais.
Os sinais e sintomas
Os sinais só aparecem quando o cobre já está em acúmulo no cérebro, fígado ou outro órgão. Os sintomas variam dependendo da parte do corpo afetada pela doença. Veja alguns a seguir:
- Fadiga, falta de apetite ou dor abdominal
- Amarelecimento da pele e do branco dos olhos (icterícia)
- Mudanças de cor nos olhos para marrom dourado (anéis de Kayser-Fleischer)
- Acúmulo de fluido nas pernas ou abdômen
- Problemas para falar, engolir ou com coordenação física
- Movimentos descontrolados ou rigidez muscular
Tratamento
O tratamento pode envolver medicamentos que removem o cobre extra do corpo e uma dieta pobre em cobre por toda a vida. Em casos mais graves, pode ser necessário um transplante de fígado.
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