A internet está pegando fogo devido ao anúncio da saída de Camila Queiroz da Globo, deixando a segunda temporada de Verdades Secretas sem a protagonista Angel, personagem vivida pela atriz.
Entre os motivos passados por ela, estão discordâncias sobre o rumo em que a trama teria tomado, o que está diretamente relacionado a Walcyr Carrasco, autor da obra e responsável por toda a história.
Logo que a polêmica veio à tona após comunicado da emissora e, na sequência, com declaração de Camila em suas redes sociais, os internautas começaram a ‘desenterrar’ casos parecidos ocorridos com outras atrizes em tramas de Walcyr. Relembre algumas dessas tretas:
Taís Araújo
Em 1996, aos 17 anos, Taís Araújo era a protagonista de Chica da Silva, na TV Manchete, quando foi pressionada a fazer uma cena íntima que envolvia sexo anal. Como se recusou, a atriz entrou em conflito com Walcyr, autor da trama.
A revelação foi feita durante o programa “Roda Viva“, do qual Taís participou como das personalidades a entrevistar a convidada da noite, Zezé Motta:
“A nossa vida se cruza em alguns momentos, e eu vou começar pela nossa amada Xica da Silva”, disse aludindo ao fato de Zezé também ter interpretado a personagem histórica no cinema, protagonizando o filme do diretor Cacá Diegues em 1977.
“Xica foi retratada muitas vezes pelo lado erótico. Quando eu fui fazer [a personagem], no momento em que me neguei a fazer uma cena de sexo anal, Walter Avancini e Walcyr Carrasco foram publicamente dizendo que eu estava transformando a Xica da Silva numa Maria Chiquinha”, relatou.
No entanto, o autor rebateu a revelação de Taís Araújo e disse nunca ter escrito uma cena de sexo na remontagem de Xica da Silva de 1996.
Marina Ruy Barbosa
Na novela ‘Amor à Vida’, exibida em 2013, a atriz vivia Nicole, uma órfã milionária que descobre sofrer de leucemia. Por conta disso, a atriz teria que raspar os cabelos. Mas, ao se recusar, irritou Walcyr, que decidiu matar e transformar sua personagem em fantasma.
Em 2020, Walcyr admitiu que matou a personagem na trama e a transformou em um fantasma por causa da recusa da atriz. De acordo com o dramaturgo, antes de começar a novela a atriz teria dito que rasparia o cabelo, mas acabou desistindo enquanto a trama estava no ar. Sem saída, a atitude do autor foi matar a personagem e transformá-la em um fantasma.
“Quando ela aceitou o papel, ela tinha combinado que cortaria o cabelo. Tinha combinado verbalmente que cortaria quando aceitou o papel. Ela foi fazer o papel e a história [do corte] foi chegando. Ela não avisou com tanta antecedência que não ia cortar”, contou Walcyr. “Se ela tivesse, a certa altura, avisado com muita antecedência, eu teria sabido orientar a história para outro lugar”, acrescentou.
Já Marina explicou no Twitter que se recusou a cortar o cabelo porque “não queria só sensacionalismo” e revelou que ficaria careca se valesse a pena “para tratar a doença com muito respeito e atenção”, o que, de acordo com ela, não foi feito pelo autor.
Cláudia Raia
Em 2007, Walcyr matou a personagem Ágatha vivida por Claudia Raia na novela “Sete Pecados” por que a atriz fazia muitos improvisos no texto.
A treta foi revelada por Claudia em seu livro autobiográfico intitulado “Sempre Raia um Novo Dia” no qual ela afirmou se arrepender de ter participado da novela de Carrasco. “Uma novela em que nada deu muito certo”, “teve erro de escalação, excesso de personagens, papeis confusos”.
No entanto, de acordo com Walcyr não houve nenhum conflito: “Matei porque a trama não estava com aquela força, então eu realmente explodi a Claudia Raia uma vez, mas não por causa dela, ela é uma grande atriz e sim porque eu precisava incrementar a trama”, contou, no “Altas Horas”.
Coincidência ou não, Cláudia Raia só fez essa única novela do roteirista.
Elizabeth Savalla
Em ‘Chocolate com Pimenta’ (2003), Elizabeth Savalla dava vida à vilã Jezebel e desagradou o autor ao modificar as falas da personagem. Walcyr a deixou muda na novela durante duas semanas.
“Na novela, o problema é que você imagina um personagem de um jeito e podem fazer de outro. O que é possível na novela é quando o ator trai muito (o roteiro) e você se vinga. Eu tive uma atriz bem famosa que inventava falas, e então coloquei um problema na garganta da personagem dela e ela ficou muda por duas semanas”, contou ele durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo em 2018.
Mesmo assim, o fato não impediu a artista de fazer outras novelas do dramaturgo.
Maria Elisa Berredo
Em 2016, Maria Elisa Berredo foi coautora de ‘Êta Mundo Bão’ ao lado de Walcyr, mas brigaram. Os dois já haviam formado dupla em “Verdades Secretas” (2015) e, no ano seguinte, com o novo folhetim, a parceria chegou ao fim.
À época, a Globo chegou a emitir uma nota afirmando que “divergências acontecem quando se trabalha em grupo”, mas nos bastidores o que corria era que Walcyr não estava gostando dos pitacos em excesso na obra do autor.
Seu nome chegou a ser retirado até dos créditos da novela. Antes disso, Elisa coescreveu “Fina Estampa” com Aguinaldo Silva, outra pessoa que também teve problemas com Walcyr.
Aguinaldo Silva
Em 2011, o dramaturgo Aguinaldo Silva acusou Walcyr Carrasco de plagiar a trama de Griselda (Lilia Cabral), de ‘Fina Estampa’, em ‘Morde & Assopra’.
Segundo Aguinaldo, a ideia da mãe humilde que sofre com o filho – nos personagens de Lilia Cabral e Caio Castro – supostamente teria se repetido com Cássia Kis Magro e Klebber Toledo em Morde e Assopra (2011). Em entrevista à revista Caras, Aguinaldo Silva contou a respeito.
“Houve um momento em que a TV Globo disse que ele (Walcyr Carrasco) tinha que tirar a história da novela dele, isso foi pedido pelo Manoel Martins (diretor-geral de Entretenimento da Globo). Daí ele se reuniu comigo para jantar e criar um jeito para as duas histórias ficarem diferentes. Isso aconteceu perante duas testemunhas. Nós acertamos os detalhes de como ele deveria fazer para afastar a história dele da minha, mas ele não fez nada do que combinamos”, disse.
Pouco depois, em entrevista ao mesmo veículo Walcyr comentou o assunto:
“Eu tinha entregue minha sinopse e ele entregue a dele. A pessoa que estava lá, que não está mais na Globo, inclusive. Ela, por algum motivo, não falou das semelhanças quando a minha novela estreou, a minha estreou antes da dele. A dele tinha uma história próxima, tinha coincidências absurdas, eu juro que são coincidências”, contou.
Ele ainda comentou sobre o jantar que teve com Aguinaldo:
“Tivemos esse jantar, mas assim que eu estreei o Aguinaldo começou a me acusar de plágio, que não era verdade. Como era plagio se eu estreei antes? Até então a gente era amigo”, recordou.
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