O “coach messiânico” Pablo Marçal, de 34 anos, que foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros na última semana de uma expedição arriscada no Pico dos Marins (SP), fez parte de uma quadrilha que desviou dinheiro de bancos e chegou a ser condenado em 2010.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Marçal captava e-mails que seriam infectados com Cavalo de Troia (programas invasores) e fazia a manutenção dos computadores usados pelos criminosos.
Eles criaram sites falsos de bancos e enviava mensagens ameaçadoras em nome do Serasa. Assim, causaram prejuízos a diversas instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
Na época em que participou do grupo, ele morava em Goiânia e tinha 18 anos. Em 2005, o bando foi descrito como a maior quadrilha de piratas da internet brasileira.
Segundo o portal Metrópoles, por ter se passado mais anos do que a sentença em trânsito em julgado, a pena extinta por prescrição retroativa em 2018.
Hoje, Pablo Marçal responde a processo no Ministério Público do Trabalho por não seguir normas sanitárias durante a pandemia.
O coach cobra R$ 2.997 por curso, sem certificado válido, que promete crescimento de dez anos em um. As inscrições encerram nesta sexta-feira, 14.
O coach e o Pico dos Marins
No dia 6 de janeiro, o Corpo de Bombeiros realizou uma operação de resgate no Pico do Marins para salvar o coach e seu grupo. Um guia afirma que alertou sobre o perigo, mas foi ignorado.
Os profissionais que fizeram o socorro classificaram a expedição como a “pior ação já vista no Pico dos Marins”.
“Algumas pessoas não suportam quem corre risco. Se você é uma pessoa que não corre risco, dificilmente você vai governar ou chegar no topo”, disse Marçal em uma live no YouTube.
“Na nossa subida ontem na montanha, a gente correu muito risco. Aí alguém me fala: ‘Mas pra que correr risco?’ Se você não quer correr risco, fica na sua casa assistindo os stories.”
Com as condições adversas e registrando tudo nas redes sociais, Marçal insistiu em subir o Pico, orando para que Deus parasse o vento. Ele tentou convencer as pessoas de que a expedição “era uma chance de crescimento”.
Os bombeiros acionados durante a madrugada, quando a temperatura estava baixa e barracas foram arrastadas pela ventania. Sob essas condições, há um alto risco de hipotermia.
“Não me lembro de nenhuma coisa que me propus fazer que não consegui fazer. ‘Pablo, uma hora você pode morrer.’ Qualquer hora a gente pode morrer, mas é terrível você não poder viver o que quer viver e fazer as coisas que precisa fazer”, completou na live.
Veja também: Com intestino a todo vapor, Bolsonaro volta a questionar urnas eletrônicas
0 Commentaires