O Vale do Café, no sul do estado do Rio de Janeiro, já foi responsável por 75% do café produzido no mundo. A região deixou de ter produções de grande escala no fim do século 19, eternizando a paisagem de cafezais que cobrem o horizonte apenas nos livros.
Mas, se os casarões da época ainda estão de pé, muitos deles em excelentes estado de conservação, onde estão os cafezais? Este sempre foi um questionamento recorrente de quem visitava o Vale do Café nos últimos anos, com rara possibilidade de ver café maduro.
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De abril a agosto, acontece a temporada da colheita dos grãos. É nesse período que os cafezais exibem suas cerejas vermelhas, que serão colhidas de forma selecionada, oferecendo uma bebida de altíssima qualidade.
Todo esse processo pode ser acompanhado de pertinho na Rota do Grão e Uma Provinha de Cachaça, novo circuito turístico do Vale do Café.
São cinco sábados e domingos, de abril a agosto, dedicados a visitação às fazendas que ainda mantêm a produção do grão. Além de ver um cafezal de perto, o visitante vai compreender o que faz a diferença na produção de um café especial e vivenciar os cenários históricos da região.
O roteiro também inclui visitação a cachaçarias premiadas, outro produto que ganhou fama pelo mundo.
Com a promessa de que “você nunca mais irá beber café ou experimentar cachaça da mesma forma”, as visitas são especialmente formatadas para atender ao público amante das bebidas.
O roteiro não é fechado e o visitante pode conhecer — em seu próprio veículo– uma, duas ou as três fazendas, e cada uma com um ingresso vendido separadamente. Saiba mais aqui.
As fazendas da Rota do Grão
Na Fazenda Alliança Agroecológica, em Barra do Piraí, única a produzir café orgânico certificado na região, o barista Bruno Couto promove uma sessão de torra e workshop de café. Além de conhecer a história da fazenda e seus meios de produção do passado, o visitante vai ver como é o manejo sustentável atual e ainda aprender a melhor maneira de preparar o café especial Durini, que também poderá ser levado para casa.
Na Fazenda São Luiz da Boa Sorte, em Vassouras, o passeio é imersivo na história, revelando tanto suas riquezas quanto suas mazelas. O percurso passa pelo casarão restaurado que reproduz em detalhes a decoração da época dos barões, com objetos originais, adquiridos em antiquários e leilões.
Ali também está o único Museu do Café do estado do Rio de Janeiro com antigos maquinários e objetos utilizados para moer e torrar o grão que dá vista para o cafezal. Ao lado, um espaço que presta homenagem aos negros escravizados e que foram os grandes responsáveis pela riqueza produzida na região. A visita termina com um almoço na fazenda.
A Fazenda das Palmas, em Engenheiro Paulo de Frontin, é outra que está no roteiro temático. O espaço, que não costuma abrir para a visitação, abriga um dos mais antigos alambiques da região, recentemente restaurado, que há cinco anos dá origem a cachaça Pindorama, que figura em 2º lugar no Ranking da Cúpula da Cachaça de 2022.
A produção de cana na Fazenda das Palmas faz parte do projeto de cultivo em agrofloresta, combinando diversas espécies da Mata Atlântica com a cultura da cana, café, bananas, hortaliças, entre outras. Os visitantes da Rota, além de conhecerem as etapas de produção da cachaça, poderão participar de um dos primeiros estágios desta cultura, de plantio da cana de açúcar orgânica, atividade orientada pela agrônoma Rumi Katsumoto.
Uma dobradinha imperdível acontece no município de Rio das Flores, com visitas guiadas a Cachaçaria Werneck e a Fazenda União. Eli Werneck, mestre alambiqueiro responsável pela Werneck, irá recepcionar os visitantes pelo percurso desde o cultivo de cana orgânica até o engarrafamento da bebida, que coleciona mais de 20 prêmios de qualidade. Quem adquirir dois ingressos para o passeio, ganha uma garrafa.
Já na Fazenda União, os visitantes irão provar um almoço de fazenda com vista para o lago, e fazer uma visita guiada pelo interior do casarão ricamente restaurado. Cenário para ficar para sempre na memória.
Um passeio tranquilizador pelo Jardim Ecológico Uaná Etê, em Engenheiro Paulo de Frontin, completa a Rota do Grão. No espaço acontece um passeio guiado com visita ao cafezal varietal, oportunidade de plantar pés de café do futuro.
Após passeio orientado pelo Labirinto da Música, visitantes ficarão à vontade para percorrer os 29 recantos do local que tem 135 mil m2 de extensão. Com paradas “obrigatórias” no campo de girassóis em flor, no Bosque dos Sinos e na Árvore das Infinitas Possibilidades, no finzinho da tarde acontece degustação de cafés locais.
Opções de hospedagem
Percorrer todas as atrações com calma sugere pernoite na região, e a Rota do Grão e uma Provinha de Cachaça também oferece reservas em hotéis em Vassouras, como no Hotel Santa Amália e na Pousada Vila Hibisco.
As reservas para uma ou duas diárias podem ser feitas após aquisição de ingressos, sem necessidade de entrar em contato com o hotel ou outras plataformas.
Na chegada ou retorno para casa de quem vem pelo Rio de Janeiro, mais uma parada sugerida no restaurante Le Vélo Montagne, em Miguel Pereira.
ROTA DO GRÃO E UMA PROVINHA DE CACHAÇA
Temporada 2022: de abril a agosto
Quando: sábado e domingo: 30/04 e 01/05; 21/05 e 22/05; 25/06 e 26/06; 23/07 e 24/07; 20/08 e 21/08.
Quanto: de R$80 a R$200. (apenas 20 por local)
Informações e venda de ingressos: bileto.sympla.com.br.
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