Os resultados de testes com um remédio experimental divulgados nesta semana apontam para um caminho promissor para o controle do Alzheimer. O tratamento aplicado nos voluntários mostrou que ele foi capaz de retardar o declínio cognitivo causado pela doença em 27%.
A droga que passou pela na fase 3 de testes, a última antes de ser submetida aos reguladores, é um anticorpo monoclonal e recebeu o nome de lecanemab.
Administrado como uma injeção, o medicamento combate o acúmulo de placas tóxicas no cérebro – que se acredita causar a doença que rouba a memória.
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As empresas por trás do medicamento afirmam que seus resultados provam a teoria de longa data de que a destruição dessa substância (amiloide) pode efetivamente interromper a doença.
O estudo envolveu cerca de 1.800 pacientes com Alzheimer em estágio inicial. Portanto, os pesquisadores destacam que a droga não será uma ‘bala de prata’ para todas as causas de demência ou curará a doença.
Antes de estar disponível no mercado, o lecanemab precisa ser revisada pelos reguladores de saúde. A Food and Drug Administration (FDA, órgão semelhante à Anvisa, nos EUA) já está considerando a aprovação condicional do lecanemab, prometendo tomar uma decisão até 6 de janeiro.
Como foi feito o estudo?
Metade dos cerca de 1.800 voluntários recebeu 10mg/kg da droga quinzenalmente. Outros receberam um placebo.
Os pesquisadores mediram as habilidades de memória, julgamento e resolução de problemas dos participantes antes do início dos testes, e novamente seis meses e 18 meses depois.
Os resultados mostraram que aqueles que receberam lecanemab apresetaram 27% menos problemas cognitivos do que aqueles que receberam o tratamento com o placebo.
Cerca de 21% dos pacientes tratados com lecanemab apresentaram edema cerebral ou sangramento cerebral visível em exames de imagem, um efeito colateral associado a medicamentos desse tipo.
Inchaço cerebral sintomático foi observado em 2,8% dos participantes do grupo lecanemab e em nenhum do grupo placebo, mostram os resultados.
De acordo com os pesquisadores, a droga começou a fazer efeito seis meses depois que os participantes começaram a tomá-la.
A Associação de Alzheimer dos EUA disse que “para pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, este tratamento tem o potencial de mudar o curso da doença de forma clinicamente significativa”.
“Esses resultados indicam que o lecanamab pode dar às pessoas mais tempo de habilidades plenas para viver diariamente, permanecer independentes e tomar decisões futuras de saúde. Os tratamentos que oferecem esses benefícios para aqueles com comprometimento cognitivo leve devido à doença de Alzheimer e à demência precoce da doença de Alzheimer são tão valiosos quanto os tratamentos que prolongam a vida das pessoas com outras doenças terminais”, disse a associação em comunicado.
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