O paracetamol, um dos analgésicos mais consumidos em todo o mundo, pode ter um efeito secundário perigoso, segundo um estudo feito por uma equipe de cientistas da Universidade Estatal de Ohio, nos EUA.
Os pesquisadores descobriram que a droga pode alterar a percepção de risco, colocando a pessoa em situações de perigo. Mas isso só acontece quando a pessoa não respeita a dosagem correta e consume o medicamento em excesso.
“O analgésico parece fazer com que as pessoas sintam menos emoções negativas quando consideram fazer atividades arriscadas”, revelou o neurocientista Baldwin Way, coautor do estudo.
Segundo ele, a medicação na dosagem excessiva “faz com que as pessoas não se sintam tão assustadas” perante algo perigoso.
Como foi feito o estudo?
O estudo publicado na revista Social Cognitive and Affective Neuroscience analisou 189 voluntários. Eles receberam uma grama do analgésico, dose recomendada para tratar dor de cabeça, por exemplo.
Depois de esperar que o comprimido fizesse efeito, foi pedido aos voluntários que avaliassem o risco de várias atividades, numa escala de um a sete.
Os pesquisadores então descobriram que aqueles que tomaram a droga classificaram atividades como “pular de bungee jumping de uma ponte alta” e “caminhar sozinho para casa à noite numa área insegura” como menos arriscado do que as pessoas que tomaram um placebo.
As descobertas somam-se a outras investigações anteriores que apontaram para efeitos psicológicos adversos do analgésico. Os cientistas aconselham a realização e pesquisas mais extensas sobre o paracetamol e outras drogas que as pessoas podem consumir diariamente.
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