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Fazenda no interior de SP preserva obra de Armando Vianna

Morto em 1992, aos 95 anos, o pintor, desenhista e aquarelista carioca Armando Vianna marcou a arte brasileira do século 20. Dedicou sua carreira aos temas históricos, religiosos e de paisagem, praticando uma pintura tradicional e realista.

Parte de sua obra segue preservada na Fazenda São Francisco, em São José do Barreiro (SP), em um memorial criado com carinho por um de seus admiradores.

Parte do acervo do Museu Armando Vianna, em São José do Barreiro, no interior de SP

O Museu Armando Vianna é um recorte das raízes do afroturismo no Brasil, que tem uma forte presença na cidade histórica do interior paulista, mantido por quem seria o maior admirador do artista, Walton Ferreira Leite Júnior, proprietário da fazenda.

Inaugurado em 2012 e reconhecido pelo Ministério da Cultura no Prêmio Brasil Criativo, que destaca negócios criativos, o museu tem em seu acervo telas, pinturas em papel e rascunhos, gabaritos do que se tornou o colossal vitral do Salão Nobre do antigo Ministério da Guerra (Palácio da Guerra), entre outras obras do artista.

Em algumas ocasiões, é o próprio Walton que conduz a cuidadosa e detalhada visita guiada pelo museu, levando o visitante a uma viagem no tempo e à uma aproximação quase íntima do autor do retrato oficial do presidente Getúlio Vargas. Ali também são encontrados itens pessoais, comendas e fotografias.

Fazenda histórica

O museu dedicado à vida e obra de Armando Vianna fica na Fazenda São Francisco

A fazenda, erguida quase nove décadas antes do nascimento de Armando Vianna, retrata um Brasil colonial que vivia o início do ciclo do café. Se naquela época prosperava pela força do trabalho escravo, hoje, passadas décadas da administração pela atual família, é um ponto a ser considerado no mapa para visitar um Brasil que respeita a história de seu povo.

“Esta é uma das vertentes do turismo em São José do Barreiro, reconhecida pela ONU como um instrumento de promoção da cultura negra a partir da valorização da narrativa essencial para quebrar o racismo estrutural. Nossos guias abordam nesta e em outras visitas à fazendas históricas o cenário de um Brasil que precisa ser conhecido para conscientizar a população sobre a igualdade”, pontua Ana Paula Almeida, secretária de Turismo de São José do Barreiro.

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