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Latam mostra como perfil de comissário evoluiu nos últimos anos

A profissão de comissário de bordo foi historicamente marcada pelo estereótipo de uma vida para poucos, recheada de glamour e privilégios. Esses conceitos, no entanto, já não fazem mais parte de uma aviação cada vez mais profissionalizada e universal. Atualmente, já é possível ver profissionais com tatuagens à mostra ou de dreads.

Na Latam, essa evolução está se refletindo até mesmo no manual de uniformes para os seus tripulantes de cabine, criado para orientar a melhor forma de apresentação desses profissionais aos clientes. Alinhado à essência da marca e ao propósito da companhia, o manual tem ficado cada vez mais diverso e próximo da realidade de seus colaboradores.

Hoje, por exemplo, é permitido o uso de tatuagens visíveis, desde que o conteúdo não seja ofensivo para outras pessoas. Também são permitidas mais opções de diferentes penteados para todos os tipos de cabelo.

“Acreditamos na igualdade e na equidade. É muito gratificante quando vemos que estamos cada vez mais quebrando barreiras e paradigmas desta profissão incrível. Continuaremos trabalhando constantemente para permitir que tenhamos em nosso quadro profissionais de excelência e sem padrões pré-definidos”, diz Tatiane Brito, gerente de Tripulação de Cabine da Latam Brasil.

Novo perfil dos comissários de bordo

Rita de Cássia foi admitida na Latam Brasil em setembro de 2022 e é um grande exemplo desta mudança de paradigma. Com 57 anos, ela nunca havia trabalhado na aviação. Inspirada em seu filho, que também é tripulante de cabine em outra companhia aérea brasileira, Rita conta que foi contagiada em casa por essa paixão por voar e decidiu sair da sua zona de conforto.

“Sou professora aposentada e sempre quis levar os sonhos ao seu destino. Agora, estando na Latam, continuarei a fazê-lo, mas com um meio de transporte diferente”, diz.

Rita de Cássia, que se tornou tripulante de cabine na Latam aos 57 anos

Rita também conta como foi a sua reação ao ser aprovada no processo seletivo: “a minha primeira reação foi de perplexidade, pois não acreditava que ainda teria alguma chance no mercado de trabalho. Infelizmente, ainda vivemos em um mundo onde o preconceito com pessoas ‘veteranas’ é muito grande. Mas o mundo está em constante evolução e a diversidade se faz presente e vem ganhando mais espaço e relevância na nossa sociedade. Diversidade significa variedade, multiplicidade e pluralidade. E hoje faço parte disso”, reforça.

Rita já foi professora de inglês por 30 anos e funcionária pública. É pós-graduada em Docência do Ensino Superior e aposentada. Agora, é tripulante de cabine de aeronaves Airbus A320 no Brasil.

Já Valentina Marques é mulher trans e ingressou na Latam em 2008. Nessa época ela ainda não tinha realizado a transição de gênero. “Já entrei na empresa como comissário de voo. Foi a minha primeira companhia aérea e, apesar de eu sempre ter sido uma pessoa trans, ainda não havia feito a minha transição de gênero. Tinha preocupação de não poder mais trabalhar e não ser respeitada como ser humano”, relata.

Valentina também conta que a experiência que teve foi um divisor de águas, pois percebeu que não poderia mais seguir existindo com uma versão nada verdadeira de si mesma. Por isso, decidiu assumir a externalização da Valentina. Ficou de licença da Latam por um tempo e retornou para as operações aéreas neste ano.

 Valentina Marques é mulher trans e ingressou na Latam em 2008

“A aviação é algo apaixonante. É sem dúvidas a carreira que eu sempre busquei, ainda que no início não soubesse, mas é pura paixão para mim. Sinto muita gratidão por estar na Latam e poder fazer parte de um projeto tão maravilhoso, com tanta abertura à diversidade e respeito à dignidade da pessoa humana”.

Randson Gonçalves, mais conhecido como Djalma, é um outro exemplo de que a profissão não é mais para poucos. Ele está há 8 anos na Latam e se tornou tripulante de cabine em março deste ano. Antes de trabalhar a bordo de aeronaves Airbus A320, atuou como agente de aeroporto em São Paulo/Guarulhos e foi muito incentivado pelos colegas que também fizeram esse mesmo caminho para se tornar tripulante de cabine.

“Eu sempre me senti muito feliz e pertencente à Latam. Quando ingressei na companhia, o meu objetivo era crescer profissionalmente na área de gestão, mas outros colegas que se tornaram comissários me incentivaram a fazer o curso e eu fiquei encantado, tornou-se o meu principal objetivo. Quando fui aprovado para o cargo, fiquei muito eufórico, foi a realização de um sonho. Foi um sentimento de almejar, batalhar e realizar. A primeira coisa que fiz foi dividir a conquista com a minha família”, lembra.

 Djalma é um outro exemplo de que a profissão de comissário não é mais para poucos

Djalma também conta como é ter a possibilidade de utilizar dreads, penteado que por muito tempo não foi permitido pelas companhias aéreas e é liberado atualmente pela Latam. “É muito gratificante saber que a companhia está evoluindo neste sentido. Quando eu soube dessa liberação foi uma realização para mim. Em diversos voos sou abordado por passageiros que se sentem representados e isso é muito bom”, reforça.

Processo seletivo mais inclusivo

Neste ano, a Latam realizou de forma inédita no setor aéreo brasileiro o seu primeiro cadastro de banco de talentos para um processo seletivo 100% online para tripulação de cabine. O objetivo foi permitir que mais pessoas de diferentes regiões tivessem acesso às oportunidades de emprego da companhia, possibilitando mais Diversidade e Inclusão.

Outra mudança da Latam Brasil diz respeito à exigência do idioma (inglês ou espanhol), que também deixou de ser obrigatória e passou a ser desejável para o cargo de comissário(a) de voo. A companhia continuou a aplicar o teste de idiomas para mapeamento, mas os critérios para a escolha dos candidatos são agora totalmente baseados em outras capacidades técnicas para exercício da função e em suas competências comportamentais.

Os requisitos mínimos exigidos para ser tripulante de cabine da Latam Brasil, vale lembrar, são: ter 18 anos e ensino médio completos, formação no curso de comissário de voo com aprovação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), com CCT (Certificado de Conhecimento Teórico), que é o código ANAC, e CMA (Certificado Médico Aeronáutico).

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