O Comitê Supremo do governo do Catar, órgão responsável por organizar a Copa do Mundo no país, entrou em contato com a embaixada do Brasil em Doha para falar sobre a detenção do humorista Fábio Rabin durante a goleada do Brasil sobre a Coreia do Sul pelas oitavas de final.
De acordo com informações obtidas pelo portal UOL, o governo do Catar queria saber se Fábio havia feito alguma reclamação formal sobre o caso.
Após ser detido a caminho do estádio, onde foi o jogo do Brasil, por embriaguez pública, Fábio Rabin criticou a organização da Copa e disse ter sentido medo de morrer no período em que estava detido.
No vídeo, Fábio Rabin disse não ter sido informado sobre qual seria o motivo de sua detenção e contou ter sido perguntado diversas vezes se estava sóbrio. Nas imagens, ele aparece chorando, ele fala palavrões e ainda xinga autoridades do Catar.
“Eu fiquei trancado numa sala com esses caras [policiais], liguei uma live lá. Acho que se não tivesse ligado a live, a essa hora eu estava morto. E eu e o cara, tem um negão que está lá, e eu quase morri porque tentei ajudar o cara. […] Desculpa se eu estou sendo racista. Desculpa o desespero.”
As declarações foram dadas também durante lives transmitidas a seus mais de 800 mil seguidores.
Beber no Catar requer algumas regras. Entrar no país com bebida alcoólica é proibido. Lá os lugares para beber são restritos aos restaurantes e bares de hotéis autorizados, ou em casa. Em bares, por exemplo, uma cerveja long neck chega a custar aproximadamente R$ 65. Já para os residentes, e que não sejam mulçumanos, existe uma única loja no país que vende bebidas e carne de porco, e é necessário obter uma licença e marcar horário para a visita. Diferente do álcool, a carne suína é proibida em qualquer estabelecimento no Catar.
Na Copa, está permitido o consumo no FIFA Fan Festival e bares e restaurantes que já servem bebidas alcóolicas continuam com o serviço normalmente.
De acordo com as informações obtidas pelo portal UOL, o governo do Catar foi informado que o humorista não havia formalizado denúncias. O Comitê Supremo decidiu então não se pronunciar oficialmente sobre o caso.
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