Uma nova vacina projetada para tratar o câncer de pâncreas mostrou pela primeira vez resultados promissores. O imunizante evitou que a doença voltasse em 50% dos pacientes que a receberam, anunciaram os cientistas.
O estudo se concentrou no adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC), responsável por mais de 90% dos casos de câncer pancreático.
O câncer de pâncreas é considerado difícil de detectar e tratar. Seus sintomas geralmente são silenciosos, não surgindo até que as células cancerígenas tenham se espalhado para os vasos sanguíneos e tecidos.
O teste da BioNTech testou o potencial do imunizante em 16 pacientes com o câncer de pâncreas.
No pequeno estudo publicado pela Nature, os cientistas disseram que metade do grupo que testou a vacina permanecia livre do câncer após 18 meses de tratamento.
Além disso, eles observaram outro resultado encorajador: o tumor no fígado de um paciente desapareceu nos exames de imagem após ele ter recebido a vacina.
Na outra metade dos pacientes tratados, no entanto, o câncer voltou após cerca de um ano.
Vacina sob medida
Essa vacina pode ser adaptada à composição genética única de cada pessoa, para treinar seu sistema imunológico dela a destruir as células cancerígenas pancreáticas.
Assim, os pesquisadores personalizou o imunizante para cada um dos 16 participantes do estudo, coletando amostras de tumores e as enviou para a Alemanha. Lá, uma equipe de cientistas da BioNTech – a empresa que co-desenvolveu as vacinas da covid-19 com a Pfizer – analisou as proteínas nas células cancerígenas de cada amostra.
Como as vacinas da covid, elas utilizaram o RNA mensageiro para instruir o sistema imunológico do paciente a destruir as células cancerígenas. A principal diferença foi cada vacina sob medida para o mRNA de cada paciente.
Apesar dos resultados promissores, os pacientes também receberam quimioterapia e outro medicamento contra o câncer. Então, é difícil dizer qual seria o impacto da vacina sozinha.
o teste foi pequeno e terá que passar por novas etapas que podem levar meses ou anos. Só após comprovada sua segurança e eficácia e ganhar a liberação das agências regulatórias, a vacina poderá chegar ao mercado.
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