Uma rotina desregrada não apenas diminui a qualidade do sono, mas também pode ser a chave para o aumento de chances de desenvolver diabetes. Foi o que indicou um estudo realizado por médicos da Universidade de Brigham, nos Estados Unidos, e divulgado na revista Annals of Internal Medicine.
Neste estudo, 63,6 mil enfermeiras, com idades entre 48 e 65 anos, foram monitoradas por um período de sete anos, iniciando em 2009.
Os resultados mostraram que aquelas que tinham o hábito de dormir mais tarde estavam 20% mais propensas a desenvolver a doença.
Quais hábitos podem influenciar o desenvolvimento de diabetes?
De acordo com a pesquisa, não é só a rotina de sono que conta nessa equação. Mulheres que se identificavam como “pessoas noturnas”, que correspondem a 11% do total, também apresentavam outros hábitos que podem contribuir para o desenvolvimento da diabetes. Hábitos como uma maior tendência ao consumo de álcool e menor prática de exercícios físicos em comparação àquelas que são ‘pessoas diurnas’, estas totalizando 35% das entrevistadas.
Por outro lado, os participantes que não se identificavam com nenhum dos extremos, tiveram índices piores que as diurnas. Segundo os cientistas, a investigação comprova os benefícios de dormir cedo.
Os cientistas ressaltam que, apesar dos hábitos, o ciclo de sono também se mostra um fator relevante no desenvolvimento de diabetes. Isso foi concluído depois do cálculo do risco após a exclusão de participantes com diferentes hábitos de vida, onde ainda se notou um risco residual.
A médica Sina Kianersi, que liderou o estudo, complementa que há uma correlação entre os dois, ainda que a forma como isso acontece não esteja completamente esclarecida.
Segundo Kianersi, o próximo passo é ampliar a investigação dentro de um grupo maior de pessoas noturnas.
“Se conseguirmos determinar uma ligação causal entre o cronotipo (sincronização dos ritmos circadianos) e a diabetes ou outras doenças, os médicos poderão adaptar melhor as estratégias de prevenção aos seus pacientes”, afirmou.
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