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Estudo de Harvard associa vírus do beijo à esclerose múltipla

Esse vírus, como qualquer um da família do herpes, pode ficar incubado no organismo por anos, se adaptando às células imunológicas.
Créditos: Getty Images/iStockphoto

O vírus Epstein-Barr (EBV), da família do herpes, também conhecido como vírus do beijo, está associado  duas doenças completamente diferentes: a esclerose múltipla e a mononucleose.

É o que mostra pesquisa divulgada pela Universidade de Harvard, que durante 20 anos acompanhou 10 milhões de militares para constatar que o risco de desenvolver esclerose múltipla passa a ser 32 vezes maior em uma pessoa infectada pelo vírus no passado. A infecção por outros vírus, no entanto, não apresentou nenhum risco significativo.

Para chegar ao resultados observados, os pesquisadores investigaram amostras coletadas a cada dois anos para estabelecer a relação entre o vírus EBV e a esclerose.

Foi então que, a partir dessas amostras, os pesquisadores determinaram se – e quando – os doadores foram infectados com o vírus do beijo. Desse montante final, 801 pessoas que desenvolveram a esclerose múltipla.

Para efeito de comparação, os especialistas confrontaram amostras de mais de 1.500 pessoas com características semelhantes que não desenvolveram a doença e encontraram uma taxa muito maior de infecção pelo vírus Epstein-Barr entre as pessoas que manifestaram a esclerose.

Assim, dos 801 casos da doença, apenas uma pessoa teve resultado negativo para o vírus em sua última amostra coletada antes do início dos sintomas da esclerose. Por outro lado, os pesquisadores não encontraram tal associação entre a esclerose múltipla e quaisquer outros vírus humanos.

Apesar disso, os especialistas não acreditam que o estudo prove conclusivamente uma relação causal. Isso porque, de acordo com os autores do estudo, os resultados não podem ser explicados por nenhum fator de risco conhecido para esclerose múltipla e sugerem que o EBV é a principal causa da doença.

Eles acreditam também que possam ser necessários agentes adicionais, como uma predisposição genética, por exemplo, uma vez que nove em cada dez pessoas em todo o mundo estão infectadas com EBV e a maioria não desenvolve a doença.

Como ocorre a transmissão?

Causador da doença mononucleose, o vírus Epstein-Barr é transmitido principalmente pelo contato direto com a saliva de um indivíduo infectado, por isso leva o nome popular de doença do beijo.

A transmissão também pode acontecer ao usar os mesmos talheres da pessoa com a doença ou por meio de transfusão de sangue.

Esclerose múltipla

Doença autoimune em que o sistema imunológico passa a agredir a bainha de mielina, responsável por transmitir sinais para outras células, a esclerose múltipla prejudica os comandos do cérebro para o resto do corpo. Por isso, o paciente pode sofrer com alterações na visão, no equilíbrio e capacidade muscular.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença atinge 20 mil pessoas no Brasil, principalmente adultos jovens, entre 20 e 55 anos. As mulheres são a maioria.

Veja também: Tudo o que você precisa saber sobre herpes

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