Um estudo realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, descobriu que um remédio para artrite reumatoide é capaz de reduzir em 37% o risco de morte ou falência respiratória em pacientes com quadro moderado que foram internados com pneumonia associada à covid-19. A pesquisa foi publicada no periódico científico The New England Journal of Medicine.
A medicação em questão é o tofacitinibe, da farmacêutica Pfizer, que vende o remédio com o nome de Xeljanz. No ensaio clínico, os pesquisadores avaliaram 289 pacientes adultos hospitalizados com pneumonia causada por covid-19 que não estavam em ventilação mecânica.
Metade dos pacientes foi medicada com o tofacitinibe e a outra metade tomou placebo. Ambos os grupos seguiram com o tratamento padrão recomendado em casos de covid-19, como o uso corticoides.
Após 28 dias de acompanhamento, os pesquisadores observaram uma queda de agravamento e risco de morte no grupo do tofacitinibe, em relação aos pacientes que tomaram placebo.
A medicação da Pfizer demonstrou impacto na tempestade de citocinas, uma reação exacerbada do sistema imunológico que pode afetar o funcionamento de órgãos vitais e levar o paciente à morte.
No estudo, os pesquisadores observaram eventos adversos graves em 20 pacientes (14,1%) no grupo de tofacitinibe e 17 (12,0%) no grupo de placebo. Entre os eventos adversos especificados apresentados no grupo do tofacitinibe, foram relatados infarto agudo do miocárdio, trombose venosa profunda, taquicardia ventricular e miocardite.
Já no grupo do placebo, um paciente teve acidente vascular cerebral hemorrágico e choque cardiogênico. A incidência de infecção grave foi de 3,5% no grupo de tofacitinibe e 4,2% no grupo de placebo.
“Estamos encorajados com as descobertas iniciais de nosso estudo randomizado de tofacitinibe em pacientes hospitalizados com pneumonia COVID-19. Esses resultados fornecem novas informações que indicam que o uso de tofacitinibe quando adicionado ao tratamento padrão, que inclui glicocorticoides, pode reduzir ainda mais o risco de morte ou insuficiência respiratória nesta população de pacientes ”, disse Otavio Berwanger, MD, Ph.D., Diretor da Organização de Pesquisa Acadêmica do Hospital Israelita Albert Einstein.
Isso, no entanto, não significa que se trata de um novo tratamento para combater a coronavírus. O tofacitinibe não foi aprovado ou autorizado para uso por qualquer autoridade regulatória em todo o mundo em casos de covid-19.
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