Imagens de uma câmera de segurança mostram a babá Raiana Ribeiro, de 25 anos, sendo agredida pela patroa Melina Esteves França, momentos antes de tentar fugir pulando do 3º andar de um prédio em Salvador, na Bahia.
No vídeo, a babá é agredida com muitos tapas e socos e puxões no cabelo pela patroa. Raiana Ribeiro está sentada num sofá, com uma das filhas de Melina França. A ex-patroa se aproxima da vítima nos primeiros segundos do vídeo, manda a jovem entregar a criança para outra mulher presente e começa as agressões.
A patroa chega a bater com as duas mãos nas costas da babá, enquanto ela tenta se defender.
No vídeo ainda é possível ouvir o barulho enquanto Melina bate na cabeça da babá. A patroa ainda pergunta se a vítima acha certo o que ela estava fazendo, pede respeito e chama a jovem de horrorosa.
O delegado Tiago Pinto, responsável pela investigação do caso, informou que a gravação foi encaminhada para pericia.
A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito. Como o caso está sob sigilo, maiores informações não puderam ser passadas.
Na quarta (1°), o advogado de empresária anunciou que deixou o caso.
Babá conta detalhes da fuga
Raiana também revelou detalhes antes de escapar pela janela do prédio. “Puxou meu cabelo, me mordeu, me empurrou. Aí eu saí correndo e me tranquei no banheiro. Aí eu mandei um áudio para minha irmã, pedindo socorro”.
Raiana ainda tentou pedir ajuda a um vizinho por meio da varanda, mas foi vista por Melina, que a trancou novamente no banheiro.
” Eu achei que eu passando pelo basculante e agarrando uma linha que tinha, eu ia alcançar a outra janela, só que eu não alcancei. Aí foi que eu pulei, me soltei”, conta a babá.
Outras mulheres denunciam ex-patroa
Este não seria o primeiro caso de agressões e maus-tratos por parte de Melina Esteves França. Outras seis ex-funcionárias prestaram queixa na polícia.
O “Fantástico” ouviu duas delas. Uma procurou a delegacia depois da denúncia de Raiana.
Na entrevista, ela afirmou que trabalhou em junho como babá das trigêmeas de Melina e relatou os casos de agressões e maus-tratos sofridos durante 15 dias, além da falta de pagamento pelo serviço. Segundo ela, o horário de trabalho era das 8h às 20h, sem carteira assinada.
Outra mulher, que também preferiu não se identificar, também relatou falta de pagamento após dois meses de trabalho para Melina França, em 2019.
“Quando chegou a data que eu fui cobrar ela, ela me ameaçou. Começou a gritar dentro do apartamento dizendo que eu queria bater nela”, afirmou.
A mulher relatou que no mesmo dia foi à delegacia prestar queixa contra Melina.
Violência doméstica
Quando pensamos em violência doméstica, logo imaginamos pais batendo nos filhos. Mas esse tipo de violência infantil pode ser física, psicológica, sexual e manifestar-se por negligência, como: deixar a criança em casa sem vigilância, negligenciar cuidados médicos e alimentação adequada, exposição do menor a situações que gerem perigo à vida ou à saúde, utilização da criança para realização de trabalho.
Há um universo inteiro de formas como a violência pode se dar, como a síndrome de Munchausen por procuração (quando um dos pais simula sintomas de doenças inexistentes no filho), intoxicações, envenenamentos, violência virtua e até o extremo filicídio (quando a criança é morta por um dos pais).
Como denunciar?
Disque 100
Como nos casos de racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos violência infantil pelo Disque 100. A denúncia será analisada e encaminhada aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão. Leia a matéria completa no link.
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