Duas doses da vacina CoronaVac, fabricada pela Sinovac Biotech, não são capazes de proteger contra a infecção causada pela variante Ômicron, do coronavírus. A descoberta foi feita a partir de testes conduzidos pela Universidade de Hong Kong, na China.
De acordo com o resultado preliminar do estudo, as duas doses padrões não fornecem anticorpos suficientes em duas para neutralizar a nova cepa. Por isso, doses de reforço provavelmente serão necessárias para aumentar a proteção, segundo os pesquisadores.
“A variante Ômicron do vírus foi capaz de reduzir a eficácia de duas doses da vacina contra a covid-19, particularmente a CoronaVac. Portanto, os que receberam a vacina ou mesmo os pacientes recuperados da covid-19 podem estar em maior risco de contrair a doença ou reinfecção”, informou o comunicado.
De acordo com os pesquisadores, o estudo foi conduzido em um grupo de 25 pessoas vacinadas com duas doses da CoronaVac, uma das mais usadas em todo o mundo. Nenhuma delas, no entanto, mostrou anticorpos suficientes para neutralizar a variante Ômicron.
Na semana passada, a farmacêutica chinesa divulgou conclusões de estudos em laboratório dando conta de que sete em cada 20 pessoas (cerca de 35%) que receberam duas doses da vacina haviam produzido anticorpos suficientes para neutralizar a Ômicron.
A resposta de anticorpos melhorava quando uma terceira dose era aplicada. “Entre um grupo de 48 pessoas que receberam três doses, 45 delas, ou seja, 94%, tinham anticorpos suficientes para neutralizar a nova cepa”, disse a empresa.
É importante destacar, no entanto, que a amostragem da pesquisa é pequena e as distinções nos perfis de idade e saúde dos indivíduos são potencialmente responsáveis pelas diferenças nos resultados.
A farmacêutica informou que está conduzindo novos testes para avaliar o impacto da nova cepa em sua vacina e também já trabalha em uma nova versão da CoronaVac adaptada para combater a variante Ômicron. A previsão é que o novo imunizante fique pronto em três meses.
Potencial da Pfizer
O estudo feito em Hong Kong também avaliou a vacina da Pfizer-BioNTech. Os dados apontaram que o imunizante também produziu respostas “inadequadas” de anticorpos à variante e que as doses de reforços são necessárias para aumentar potencialmente a proteção.
Entre outras 25 pessoas que tomaram a vacina fabricada por Pfizer e BioNTech, apenas cinco desenvolveram capacidade neutralizante para conter a cepa, apontaram os cientistas.
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