O boletim semanal Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), traz um alerta para o reaparecimento de outros vírus respiratórios que vem causando Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de até 9 anos.
A entidade chama atenção para o Bocavírus e a Parainfluenza 3 e 4. Esses se somam aos casos de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e de Rinovírus, que já vem sendo registrados desde o começo de 2021.
A análise verificou que nessa faixa etária houve aumento significativo de registros de VSR, com valores semanais superiores aos observados para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Segundo o boletim, o VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas.
Em São Paulo chama atenção o aumento de casos de Bocavírus, Parainfluenza 3 e Parainfluenza 4 em crianças, durante os meses de agosto e setembro.
De acordo com a Fiocruz, a média de casos positivos por semana para cada um desses vírus foi de 15 a 20 casos e já se aproxima do registrado para Sars-CoV-2.Ainda assim, é inferior à média semanal de registros positivos para VSR: cerca de 35 casos no mesmo período.
O que explica esse aumento?
Especialistas acreditam que os casos aumentaram porque, com o isolamento social e aulas online, essas crianças não foram expostas a esses vírus, não desenvolvendo imunidade.
“Durante um período na pandemia houve queda de circulação de viroses respiratórias. Máscaras, isolamento e crianças em casa cortaram o ciclo de transmissão de vários vírus. Influenza simplesmente sumiu no hemisfério sul. Com a mudança desse cenário as viroses estão EXPLODINDO”, escreveu no Twitter o médico Fred Fernandes, que é presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
O pneumologista ainda destacou que crianças até 3 anos que não viveram período escolar e tiveram pouca socialização durante esses meses estão em risco de desenvolver quadros graves. “Não tiveram as viroses na cadência certa para desenvolver imunidade. O resultado disso é um boom em internações nessa faixa etária”.
Prevenção
Os cuidados para evitar o contágio por esses vírus respiratórios são os mesmos adotados contra a covid-19.
- Uso de máscara
- Higiene das mãos
- Evitar ambientes fechados sem ventilação
- Manter crianças com sintomas em casa
Veja o que são os vírus citados pela Fiocruz:
Vírus Sincicial Respiratório
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é mais preocupante em bebês prematuros, cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão.
Em crianças de até dois anos, é responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante seu período de maior incidência. Crianças com menos de cinco anos têm maior risco de desenvolver formas graves.
Bocavírus (HBoV)
É um parvovírus causa infecção respiratória branda, mas pode também provocar bronquiolite em crianças muito pequenas. O HBOV pode ser detectado não somente em amostras respiratórias, mas também no sangue, urina, e fezes.
Parainfluenzas 3 e 4 (hPVI)
Os vírus das Parainfluenzas podem causar doenças como um resfriado comum, pneumonia, bronquiolite ou até mesmo uma laringotraqueobronquite, tudo depende do tipo da parainfluenza que a pessoa é infectada.
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