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Vereadora trans denuncia ter sido vítima de transfobia em shopping de BH

Vereadora mais votada da história de Belo Horizonte, Duda Salabert (PDT), 40 anos, denunciou ter sido vítima de transfobia em um shopping na região central da capital mineira. O caso ocorreu na segunda-feira 25.

Em publicação nas redes sociais, a Duda Salabert afirma que foi fazer a sobrancelha no salão de beleza, Ana Araújo, que fica no piso GG do Shopping Cidade, mas uma das atendentes afirmou que o estabelecimento “não atendia homens”.

Vereadora trans Duda Salabert (PDT) denuncia ter sido vítima de transfobia em shopping de BH

A vereadora conta que a recusa ainda continuou mesmo após ela dizer que era uma pessoal trans.

“Eu vim aqui a um salão no Shopping Cidade, e pedi para fazer a sobrancelha, aí a atendente disse que só atende o público feminino. Eu falei então: a minha sobrancelha é do público feminino. Ela disse: não, a gente não atende homem”, desabafou a vereadora em sua conta no Twitter.

“Eu falei, eu sou uma pessoa transexual. Aí ela disse: não, a gente não vai te atender”, completou Duda.

A vereadora disse ainda que reclamou na gerência do Shopping, e afirmou que fará uma denúncia formal sobre o caso.

“Fui à administração do shopping e fiz a reclamação. O shopping pediu desculpas. Recusaram me atender por eu ser uma mulher transexual. Amostra da transfobia diária desse país”, escreveu.

Duda Salabert (PDT) foi a vereadora mais votada da história da capital mineira

Salão pede desculpas à vereadora

Em nota publicada no Instagram na tarde desta terça-feira, 26, o salão de beleza Ana Araújo pediu desculpas à vereadora Duda Salabert. “Viemos por meio deste post pedir desculpas pelo ocorrido. Nós do salão repudiamos esse tipo de ato e todas as providências já estão sendo tomadas para que esse tipo de ato não ocorra mais”.

Também em nota, o Shopping Cidade declarou que repudia a prática e reforçou o combate ao preconceito, acrescentando ser um “ambiente diverso”. “Diante da denúncia recebida, a equipe da administração do Shopping Cidade acolheu prontamente a cliente Duda Salabert e assumiu o compromisso em apurar e atuar na conscientização deste e de outros lojistas para evitar que a situação se repita”.

Transfobia é crime!

Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.

Mulheres trans e Lei Maria da Penha

Outra lei que protege as mulheres trans, em especial, da transfobia é a Lei Maria da Penha. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio de 2019, um projeto que inclui mulheres transgêneras e travestis na Lei de proteção à mulher.

A proposta altera um artigo da lei que diz “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião” não pode sofrer violência, incluindo o termo “identidade de gênero”. A proposta está parada na Câmara e especialistas preveem que caráter mais conservador dos Deputados será um obstáculo.

Entretanto, há casos de transfobia julgados como violência doméstica. Em maio de 2018, uma decisão inédita da Justiça do Distrito Federal indicou que os casos de violência contra mulheres trans podem ser julgados na Vara de Violência Doméstica e Familiar e elas devem ser abarcadas em medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

A linguagem é simbólica

Atualmente, a transfobia no Brasil é um crime equiparado ao racismo, assim como a homofobia

Não pense que tudo isso que listamos aqui é frescura! Nada disso, a linguagem é simbólica e respeitar essas diferenças é um grande passo para neutralizarmos a transfobia no Brasil.

É legal ressaltar também que não é crime você não saber algo – crime é atacar de forma preconceituosa a comunidade trans.

Tente se lembrar dos termos e do uso dos artigos corretos quando for conversar com uma pessoa transgênero, que tudo ficará bem!

Caso tenha dúvidas, pergunte a pessoa com quem está conversando ou se referindo como ela prefere ser chamada.

Veja também: Modelo denuncia transfobia e é agredida ao vivo pelo chefe

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