Um vendedor aparece em um vídeo, que circula nas redes sociais, limpando o chão de joelhos e sendo humilhado pela gerente de um hipermercado Carrefour, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. As imagens do assédio moral foram gravadas por uma cliente e viralizaram na web. As informações foram obtidas pelo portal G1.
No vídeo, o vendedor Pedro Henrique Monteiro da Silva, de 23 anos, está de joelhos esfregando o chão da loja com um pano e ao seu lado está uma mulher, que parece filmar o funcionário enquanto afirma: “Olha aí, só pra você esse cara tem valor. Esses meninos, eles não limpam a casa deles”.
Bom dia Carrefour @carrefourbrasil é essa a conduta que você espera dos seus líderes?
Essa supervisora do Carrefour Campo grande já foi pra rua ?
Assédio Moral na cara dura !!! pic.twitter.com/20JGOJRTdV— Malacheiaoficial🍥 (@Malacheia3) October 21, 2021
Segundo o vendedor, a situação ocorreu entre 26 e 30 de setembro, deste ano. Ao G1, ele não soube precisar a data, mas confirmou o ocorrido.
“Eu tinha terminado de fazer minhas tarefas, e ela [a gerente] pediu para eu dar uma mão para um colega. Eu falei que tudo bem. Limpei os fogões, limpei geladeira, fiz minha parte. Depois, eu estava limpando lá, ela viu uma fita no chão, eu acho que é aquela de demarcação de distanciamento da Covid, ficou aquela cola preta. Ela falou: a gente tem que tirar isso. Eu chamei a equipe de limpeza, eles tentaram tirar e também não conseguiram, disseram que precisava usar uma máquina. Eu falei para ela que não tinha como a equipe limpar, porque a máquina não estava na loja. Ela falou que eu tinha que fazer e já começou a ficar nervosa”, contou Pedro ao G1.
O vendedor disse que não percebeu que era filmado e só soube depois que o vídeo viralizou. Ele contou que a gerente tinha por costume agir de tal maneira e que foi vítima de assédio moral outras vezes.
“Eu não queria mídia, não queria manchar o nome da empresa. Eu tinha outros gerentes muito bons. Eles me deram uma oportunidade, eu quero crescer. Tenho medo de ser demitido”, contou Pedro.
Pedro é nascido no Acre e mora em Campo Grande há quatro anos. Ele era vendedor de trufas no semáforo e foi quando um gerente do hipermercado o conheceu e lhe ofereceu a vaga numa das lojas da rede. Segundo o vendedor, em pouco tempo ele bateu recordes de venda e conseguiu uma promoção. Atualmente ele faz faculdade, mora com a esposa, na casa da sogra e ajuda a mãe a sustentar seus irmãos caçulas. Ele é o mais velho de seis irmãos.
O vendedor ainda contou que depois do caso de assédio moral, ele virou motivo de chacota entre os colegas de trabalho, que fizeram até um ‘meme’ da situação, e pediu um afastamento médico
“Eu não sou de ficar me ‘vitimizando’, mas acho que merecia pelo menos um pedido de desculpas”, afirmou Pedro.
Sofreu assédio moral no trabalho?
Humilhação, constrangimento, ameaças, chefes que desqualificam, maltratam, retaliam e até xingam funcionários.
O assédio moral no trabalho anda mais comum do que se pensa. E em tempos de vacas magras, muita gente se cala com medo de perder o emprego.
Uma cartilha gratuita, divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal – mas que serve para todas as profissões – ensina como agir e colher provas contra o chefe assediador.
“Assédio Moral: Uma violência que não pode ser silenciada”, mostra também as doenças que esse tipo de pressão psicológica provoca. Baixe a cartilha.
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