Depois de ser detectada na África do Sul, Botsuana e Hong Kong, a nova variante do coronavírus nomeada B.1.1.529 foi identificada agora em Israel.
Segundo o ministério da Saúde israelense, trata-se de uma pessoa que veio de Malauí. Outros dois casos de pessoas que chegaram do exterior estão sendo monitorados. Todas elas já estavam vacinadas contra a covid-19.
A nova cepa foi descoberta recentemente por pesquisadores da Universidade de Kwazulu-Natal, na África do Sul. Eles alertaram que a variante apresenta um número extremamente alto de mutações, o que causa uma grande preocupação na comunidade científica.
O anúncio já levou alguns países a tomarem medidas contra o avanço da nova cepa. O Reino Unido suspendeu temporariamente voos comerciais a países do sul do continente africano e decidiu que viajantes britânicos ou que moram atualmente no Reino Unido e que estejam voltando dos locais afetados terão de fazer quarentena de 14 dias.
Israel, Itália e Alemanha também engrossaram a lista de países que impuseram restrições e vão barrar a entrada de viajantes que passaram por esses locais.
As mutações
De acordo com um dos pesquisadores, o professor Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, foram localizadas 50 mutações no total, a maioria localizada na proteína spike. Essa é uma parte do vírus que a maioria das vacinas desenvolvidas contra a covid-19 usa para preparar o sistema imunológico para combater o vírus.
Ainda não se sabe se a nova cepa é mais contagiosa, mas o ministro da Saúde sul-africano, Joe Phaahla, disse que surgimento dessa variante é provavelmente o motivo do aumento “exponencial” das infecções no país nas últimas semanas.
Vacinas em xeque
Também não está claro o quão eficazes as vacinas são contra a nova variante, que carrega características tão distintas da cepa original do vírus.
Algumas das mutações observadas na cepa podem enganar os anticorpos e tornar as vacinas menos eficazes. Também preocupa a presença de mutações novas que ainda não tinham sido observadas anteriormente em variantes já conhecidas.
O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD, na sigla em inglês) informou que está trabalhando para entender melhor a cepa e quais seriam suas possíveis implicações.
A entidade já adiantou que não é surpreendente que uma nova variante tenha sido detectada país, onde a taxa vacinal contra a covid-19 está muito abaixo do cenário ideal.
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