Elielma Carvalho Braga, 37 anos, fez uma denúncia contra um cirurgião dentista de Aparecida de Goiânia, GO, após realizar um procedimento estético que deixou seu nariz necrosado. O procedimento cirúrgico chamado alectomia virou tendência nos últimos anos, com inúmeros profissionais divulgando a técnica no Instagram.
A alectomia trata-se de uma técnica de ressecção que altera a base do nariz, afinando as asas nasais. Com anestesia local, o profissional corta um pedaço dessas estruturas que circundam as narinas e fecha com pontos.
Porém, o Conselho Regional de Odontologia proíbe esse tipo de intervenção, afirmando que os cirurgiões-dentistas têm autorização para a realização de “procedimentos estético-faciais, desde que não sejam cirúrgicos puramente estéticos”.
A alectomia faz parte da rinoplastia, é a última etapa feita em uma cirurgia do nariz, mas na maioria das vezes só a alectomia não resolve a insatisfação do paciente.
“Geralmente, o paciente não tem um problema só na asa do nariz. Às vezes o problema está na largura do osso, na projeção do dorso ou na ponta do nariz. Por isso, que a alectomia sozinha, frequentemente não fica boa”, explica cirurgião plástico Dr. Fernando Nakamura, Regente do Capítulo de Rinologia da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Riscos da alectomia
Com a popularização dos procedimentos estéticos, muitos profissionais sem a devida qualificação têm oferecido a técnica. Porém, se mal realizada, as complicações podem ser irreversíveis.
“O que vemos nos consultórios, são pessoas que não conseguem sequer respirar por conta de cirurgias mal realizadas. Esse procedimento não deve ser banalizado. A cicatriz é definitiva e a cirurgia reconstrutora é difícil, amenizando o erro, mas nem sempre chegando ao objetivo primário do paciente”, afirma Dr. Nakamura.
“Uma avaliação médica é necessária, pois o nariz está no centro da face e procedimentos cirúrgicos nasais são extremamente delicados e muitas vezes complexos com potencial de complicações irreversíveis se mal realizados”.
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