Um novo estudo realizado no Reino Unido e publicado no The Lancet Infectious Diseases descobriu que os sintomas atuais de varíola do macaco se diferem daqueles anteriores ao surto.
Os dados apontaram que houve menos relatos de febre e cansaço, enquanto relatos de lesões de pele nas áreas genital e anal têm sido mais comuns.
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A localização dessas lesões sugere transmissão durante o contato íntimo, e os pesquisadores pediram mais recursos para apoiar as clínicas de saúde sexual e também recomendaram que a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido revise suas definições atuais de varíola dos macacos para ajudar a identificar melhor os casos.
O estudo inclui 54 casos coletados em quatro centros de saúde sexual de Londres. Cada um tinha uma infecção confirmada em laboratório.
Apenas dois dos pacientes disseram que não sabiam se estiveram em contato com um caso conhecido de varíola do macaco. Nenhum havia viajado para a África, onde a doença é comum. Muitos haviam visitado recentemente outros países europeus.
Cerca de 90% relataram pelo menos um novo parceiro sexual durante as três semanas anteriores. Quase todos relataram uso inconsistente do preservativo. Mais da metade teve mais de cinco parceiros sexuais nas 12 semanas anteriores.
Cerca de 94% dos pacientes apresentavam pelo menos uma lesão em seus genitais ou ao redor do ânus. A maioria tinha doença leve, embora cinco tenham sido hospitalizados por dor ou lesões cutâneas infectadas. Todos receberam alta posteriormente.
“O sintoma comumente observado de lesões de pele nas áreas anal e peniana e o fato de um quarto dos pacientes testarem positivo para gonorreia ou clamídia ao mesmo tempo que a infecção por varíola do macaco sugere que a transmissão do vírus está ocorrendo pelo contato pele a pele, por exemplo, no contexto da atividade sexual”, disse uma das autoras do estudo, a Dra. Ruth Byrne do Chelsea and Westminster Hospital NHS Foundation Trust.
“No entanto, essa descoberta pode ser influenciada pelo fato de sermos provedores de saúde sexual e, portanto, pode não refletir a transmissão na população em geral”, completou.
O que se sabe sobre a transmissão?
De acordo com a OMS, a doença é transmitida pelo contato pele-a-pele, pode ocorrer também por meio de materiais contaminados, como roupas e lençóis ou por partículas da respiração.
Apesar de não haver a confirmação de que o vírus possa se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais, as autoridades de saúde do Reino Unido estão orientando, como precaução, que as pessoas diagnosticadas com a doença usem preservativos por 8 semanas após a infecção.
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