Um outdoor com conteúdo homofóbico foi instalado em frente a um colégio particular em Aracruz (ES), na última sexta-feira, 8. Com uma família se protegendo de um arco-íris, a igreja evangélica Pibara assina o painel.
“Bíblia é única proteção contra o ativismo LGBTQIA+”, diz a mensagem no cartaz. Veja:
Nas redes sociais, internautas denunciaram o outdoor.
Mês do orgulho passou e voltamos a programação normal aqui em ARACRUZ/ES.
AJUDEM A DIVULGAR!! #Homofobia #gaypride #LGBT #PrideMonth pic.twitter.com/F7WdykqjIq
— rosalío (@rosaliotw) July 8, 2022
De novo esse pastor de merda colocando outdoor homofóbico em Aracruz 🥴 que obsessão é essa com a sexualidade dos outros?? Não deve ter ninguém passando por problemas reais nessa congregação pra ele se preocupar, até pq a situação no Brasil tá excelente pic.twitter.com/kRleQdqaH4
— Tosolindo 🏳️🌈 (@lucastosoli) July 8, 2022
Cadê o povo de aracruz fazendo um beijaço na frente? pic.twitter.com/H6oFhu6AZJ
— O Renanzinho (@renanomartins) July 8, 2022
A mesma imagem homofóbica foi usada no Centro Islâmico Al Hedaya, no Bahrein. Veja:
Não, não tenho paciência. Não existe religião, cultura ou bíblia que possa dizer pra um ser humano que Deus tá te pedindo pra repudiar os outros dessa maneira pic.twitter.com/yK93nvZqLk
— Anitta (@Anitta) June 17, 2022
Não foi a primeira vez que a Pibara, Primeira Igreja Batista, usa recursos semelhantes. Em 2020, para o Dia dos Pais, recorreu a um outdoor que também causou polêmica.
Homofobia é crime!
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).
Veja também: Delegado gay prende mulher que cometeu homofobia contra ele
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