A experiência de estudar no exterior pode não parecer das mais baratas, a princípio. São os gastos com vistos, passagens, hospedagem e cursos, que parecem ser grandes despesas. Nesse texto, mostraremos as formas possíveis de baratear os custos ou, em alguns casos, até fazer um intercâmbio grátis!
Caso você esteja procurando por bolsas de estudo em outros países, acompanhe nossa página com as melhores oportunidades com inscrições abertas!
Como fazer intercâmbio grátis
Antes de tudo, tente entender os motivos que estão por trás da decisão de realizar um intercâmbio e como tornar essa vivência mais próxima da sua personalidade e vontade. Na prática, isso significa achar o programa ideal para o momento, que pode ser embasado por motivos pessoais, acadêmicos e profissionais.
O processo de viajar para fora do país costuma ser longo, além de ser necessário pesar fatores como os recursos disponíveis, planejamento financeiro e considerar em qual fase da vida você está. Decidido isso, o próximo passo é tornar o intercâmbio mais acessível. E, independentemente do motivo que te leva a querer realizá-lo, o primeiro passo deve ser sempre procurar por bolsas de estudo disponíveis.
As opções de subsídios são várias e servem às mais diversas modalidades, do ensino médio à pós-graduação. Não é exagero dizer que há bolsas de estudo para qualquer período da vida acadêmica. Muitas delas podem cobrir todos os custos do programa –desde a tuition de uma universidade, por exemplo, até despesas com passagem e visto– ou parte deles, mas permitir que o estudante mantenha um trabalho de meio período para cobrir o restante dos gastos.
Falar inglês fluente é fundamental
A língua estrangeira costuma ser a principal barreira de estudantes que desejam fazer intercâmbio. Isso acontece porque para concorrer em grande parte das bolsas de estudo, o aluno precisa comprovar domínio de, pelo menos, uma segunda língua e apresentar o certificado de idioma.
Nossa primeira dica para quem deseja fazer um intercâmbio é estudar bem o inglês. Isso te abrirá muitas possibilidades de bolsas de estudo em praticamente todos os países que oferecem programas para estudantes internacionais.
Além disso, ao contrário do que pode parecer, inglês é uma das línguas que são possíveis de estudar por conta própria e atingir um alto nível de fluência. São vários os fatores que permitem isso: a ampla disponibilidade de cursos e ferramentas gratuitas online, é uma língua que possui regras gramaticais parecidas e alfabeto mais parecidos com o português, quando comparado com línguas como o árabe ou o japonês.
No Estudar Fora você pode encontrar muitos materiais sobre estudos de idiomas e preparação para as provas de fluência em línguas estrangeiras, incluindo espanhol, francês alemão e até mandarim. Alguns textos disponíveis são:
- Quer aprender uma língua nova? 9 dicas para estudar idiomas em casa;
- 8 ferramentas para estudar inglês de graça;
- TOEFL IBT ou TOEFL ITP? Entenda as modalidades do exame!
- Como aprender Espanhol online e tirar o certificado de fluência;
- Como aprender Francês online e tirar o certificado de fluência
Intercâmbio grátis no ensino médio
A vontade é fazer um intercâmbio grátis e melhorar o currículo com uma experiência no exterior logo no ensino médio? Para os alunos interessados no high school americano, por exemplo, há programas específicos, como o da ONG ANS.
Esse projeto é destinado a jovens que não têm condições de fazer intercâmbio sem bolsas de estudo. A ANS cobre as despesas com emissão do visto, passagens áreas de ida e volta aos Estados Unidos, hospedagem e alimentação em casa de família, transporte para a escola, materiais didáticos e seguro saúde. Fora tudo isso, o estudante ainda tem uma ajuda de custo de US$ 120 mensais.
Já os United World Colleges (UWC) também oferecem oportunidades de intercâmbio gratuito aos alunos de ensino médio que buscam uma experiência internacional. Nesses colégios internacionais, localizados em diversos países, a missão é promover a paz e a compreensão entre povos por meio da educação. Por isso, o UWC oferece bolsas integrais de estudo a jovens que estejam no primeiro ou segundo ano do ensino médio, e tenham entre 15 e 18 anos.
Bolsas de estudo no exterior
Bolsas de estudo para graduação e pós
No nível superior, há mais caminhos para obter uma bolsa de estudo. O primeiro deles é recorrer às parcerias estabelecidas entre universidades brasileiras e as estrangeiras – ou, em outras palavras, os convênios. O outro é recorrer às bolsas oferecidas por organizações, empresas e governos. Nesta página, selecionamos as melhores bolsas de estudo com inscrições abertas.
Os programas ligados ao Banco Santander, por exemplo, concedem apoio financeiro para intercâmbios acadêmicos com duração menor (de algumas semanas a seis meses). Há ainda bolsas para graduação completa, como acontece nas universidades estrangeiras que dão bolsas merit-based ou need-based. Para quem se dá bem com esportes, por exemplo, há ainda bolsas para atletas.
Já os processos seletivos disponíveis para quem deseja cursar a pós-graduação fora do Brasil são ainda mais numerosos. Entidades como a Fundação Carolina, por exemplo, apoiam alunos latino-americanos nas mais diferentes áreas e focam instituições de destino na Espanha. No caso da fundação espanhola, os benefícios variam de acordo com o curso escolhido e podem cobrir entre 50 e 100% do valor da anuidade. Além disso, a lista de benefícios conta com passagens aéreas, seguro saúde e auxílio para manutenção no país.
Bolsas de estudo oferecidas por Governos e Embaixadas
A União Europeia e governos, como o da Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos também atraem interessados em pós-graduação para os cursos no exterior. A seguir, selecionamos os maiores e mais conhecidos.
1. União Europeia
O Erasmus Mundus é um programa de cooperação internacional estudantil criado em 2004 e financiado pela Comissão Europeia. O foco do programa e estimular a mobilidade acadêmica de alunos que estejam no ensino superior. Participam do programa universidades de toda a União Europeia, que abrem as portas para estudantes internacionais de todos os países.
As bolsas de estudo do Erasmus consideram alguns fatores, como faculdade de destino, nível de formação e histórico acadêmico, na hora de selecionar em qual critério de subsídio o estudante se classifica. Para conhecer mais sobre o programa, acesse aqui.
2. Reino Unido
O governo britânico também tem tradição em termos de bolsas de estudo para brasileiros. O programa Chevening, por exemplo, contempla candidatos de todas as áreas (humanas, exatas e biológicas) e apoia estudos em diversas instituições do Reino Unido. A bolsa cobre as passagens de ida e volta para o Reino Unido, anuidade de até £ 13.000 (caso este valor seja ultrapassado, o aluno deverá arcar com o valor remanescente) e gastos com despesas pessoais. Em geral, as bolsas são concedidas para programas de pós-graduação de um ano (mestrado ou MBA). Os interessados passam por um processo de seleção e devem seguir um passo a passo para garantir a bolsa.
Em 2021, após a saída do Reino Unido da União Europeia, o governo britânico deixou de participar do programa Erasmus Mundus. Para substituir a iniciativa, ele está lançando, neste ano, o Turing Scheme, que oferecerá bolsas de estudo para cerca de 40 mil alunos. Confira aqui mais informações sobre o programa.
3. Alemanha
O governo alemão financia um dos maiores programas de bolsas de estudo do mundo, o DAAD (Deutscher Akademischer Austauschdienst). A iniciativa conta com parcerias de diversas universidades da Alemanha, que oferecem bolsas integrais e parciais para estudantes de todos os níveis acadêmicos, da graduação até o PhD.
O DAAD foi fundado em 1925 e já formou 11 prêmios Nobel. Pelo programa já passaram pessoas, como o escritor e Nobel peruano Mario Vargas Llosa; a escritora canadense Margaret Atwood; e a escritora e diretora de cinema norte-americana Susan Sontag. Aqui, você encontra algumas das melhores oportunidades DAAD com inscrições abertas.
4. Estados Unidos
No caso dos Estados Unidos, o programa Fulbright é o mais conhecido. Há bolsas para graduação, mestrado, doutorado sanduíche e pós doutorado, além de visiting scholars (quando um pesquisador passa um período trabalhando em outra instituição de ensino).
As bolsas de graduação, no entanto, só se aplicam a alunos que desejam estudar em community colleges, e as bolsas de mestrado são exclusivas para cursos de Cinema. O forte do programa são as bolsas de doutorado sanduíche e pós doutorado que cobrem praticamente todas as áreas. A bolsa Fulbright já revelou diversos talentos ao redor do mundo: no total, 53 ex-bolsistas foram agraciados com o prêmio Nobel.
5. Outros países
Há ainda bolsas do governo holandês, que também oferecem vagas específicas para brasileiros, e fundos que oferecem bolsas de estudo para qualquer mestrado.
Países para fazer intercâmbio gratuito
Em matéria de intercâmbio grátis, muitos países já deram o primeiro passo. Em outras palavras, há diversos países que não cobram anuidade (a tuition, em inglês), ou que optam por um valor simbólico para manutenção do estudante. As bolsas, entretanto, são bastante competitivas e por vezes demandam que o estudante atenda a uma série de pré-requisitos.
Universidade de graça na Alemanha
Além de oferecer mais de 800 programas de pós-graduação ministrados em inglês, as universidades da Alemanha não cobram nenhuma anuidade de estudantes de graduação, e alunos de mestrado devem pagar apenas um valor simbólico, que varia de estado para estado. Nesta página é possível encontrar informações atualizadas sobre os valores cobrados nas diferentes províncias.
Doutorados e PhDs na Alemanha também são, a princípio, de graça. Dependendo da instituição, pode haver a cobrança de uma contribuição semestral de 150 a 200 euros. Em todo caso, não é raro que estudantes de doutorado trabalhem em um projeto de pesquisa (em que são remunerados pelo seu estudo) ou recebem bolsas de estudo.
Para finalizar, a Alemanha não é um país caro para se viver. Em geral, estudantes alemães gastam entre 500 e 700 euros por mês com acomodação, transporte, alimentação e despesas gerais.
Confira aqui uma lista com as principais instituições de ensino do país e aqui relatos de estudantes brasileiros na Alemanha.
Este texto foi publicado originalmente no portal Estudar Fora, da Fundação Estudar.
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