Enquanto o coronavírus circular livremente nos países, novas variantes irão surgir. Essa é a lógica para a qual cientistas do mundo todo vem alertando. No pico da segunda onda da covid-19, com recordes de novos casos diários, a Índia agora enfrenta um outro motivo de preocupação, uma nova cepa, chamada de B.1.617 ou variante indiana.
Essa cepa indiana tem semelhanças com a brasileira, a da África do Sul e a do Reino Unido. Ela destaca-se por duas mutações específicas: a E484Q e a L452R, em uma conjunção inédita. Embora ainda esteja sob investigação, essa variante apresenta indícios de que pode ser mais transmissível.
Segundo o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade Duke (EUA) Miguel Nicolelis, a situação é dramática. “A variante duplica a proteína de superfície do vírus, e o torna mais transmissível. Ela passou a ser variante de interesse e isso significa que a coisa pode ser feia”, disse o médico em entrevista ao jornal O Globo.
Além da Índia, a B.1.617 foi detectada em outros 17 países, nas regiões da Europa, Austrália, África e Estados Unidos. Ainda não houve registro dessa variante na América do Sul.
Nicolelis recomenda que o Brasil interrompa os voos vindos da Índia. “O que está acontecendo na Índia é o que aconteceu aqui, em escala maior. Fora nossas variantes próprias, se permitirmos que essa chegue ao Brasil não dá nem para prever”, afirmou.
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