O Vaticano interviu o tradicional Mosteiro de São Bento, em São Paulo por conta de acusações de assédio sexual feitas por dois jovens que teriam sofrido abusos de religiosos quando ainda eram menores de idade.
Na semana em que se inicia regras mais rígidas contra abuso sexual e acobertamento de assediadores na igreja católica, mais detalhes da investigação de assédio e uma entrevista com um dos jovens que denunciaram os religiosos, foi exibido pelo “Fantástico”.
O jovem, que não vai ser identificado, tinha 16 anos quando entrou para os cursos de canto gregoriano e arte do mosteiro. Ele tinha planos de prosseguir em uma vida religiosa.
“Você vai para um lugar onde acha que é um lugar que existe a presença de Deus, e você conhece mais a face do demônio”, diz o denunciante.
Rafael Bartoletti, mais conhecido como Irmão Hugo, é acusado pelos dois jovens por assédio. O outro rapaz, que trabalhava de alfaiate no mosteiro, entregou uma série de mensagens enviadas pelo religioso à polícia como uma das provas. Ele contou que tentativa de abuso aconteceu em uma sala de música.
“Ele aproveitou, fechou a porta e trancou. Veio na minha direção e começou a me forçar pra baixo. Com o objetivo de um ato de sexo oral. Eu tirei a mão dele. Fiquei um pouco nervoso, falei que queria sair de lá, queria voltar para onde estavam os outros meninos. E ele falou: ‘Calma’. E aí abriu a porta e me levou de volta”, relembra.
Após mais de um ano de investigação, em junho do ano passado, quatro religiosos foram acusados de abuso sexual pelo Ministério Público. Um deles faleceu em decorrência de complicações da Covid em dezembro de 2020, porém os outros seguem respondendo processo. Eles prestaram depoimento à polícia e negam o crime.
Em nota, o Mosteiro de São Bento manifestou repúdio e intolerância para eventuais desvios de conduta de qualquer um de seus membros. Ainda informa que os denunciados foram afastados de seus “cargos” e respondem tanto a lei civil, quanto à Justiça eclesiástica.
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