Dois parques brasileiros entraram na seleta lista de geoparques mundiais reconhecidos pela Unesco. Foram incluídos na rede global o parque Caminhos dos Cânions do Sul, situado entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e o parque Seridó, localizado no Rio Grande do Norte.
Com a aprovação, o Brasil passa a contar com três geoparques mundiais, já que a organização já havia reconhecido o Araripe, localizado na Bacia do Araripe, que se estende pelo sul do Ceará, noroeste de Pernambuco e leste do Piauí.
Os geoparques são territórios reconhecidos pela Unesco como regiões que possuem importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica e que também combinam a conservação com o desenvolvimento sustentável, por meio do empoderamento das comunidades locais.
Além dos dois parques no Brasil, a Unesco também declarou mais outros seis locais. São eles: o geoparque de Salpausselkä, na Finlândia; Ries, na Alemanha; Cefalônia-Ítaca, na Grécia; Mëllerdall, em Luxemburgo; Região de Buzău, na Romênia; e Platåbergens, na Suécia.
Com as novas inclusões, a Rede Mundial de Geoparques reúne agora 177 áreas em 46 países.
Geoparques Seridó
O geoparque Seridó abrange uma área de 2.800 km² no semiárido do nordeste brasileiro, onde moram mais de 120 mil habitantes, incluindo comunidades como os quilombolas. A Unesco disse que os habitantes mantêm “viva a memória de seus ancestrais africanos escravizados para preservar sua cultura por meio de práticas tradicionais, museus e centros culturais.”
A região, localizada na caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, conta ainda com uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungstênio, além de fluxos de basalto decorrentes da atividade vulcânica durante as Eras Mesozoica e Cenozoica.
Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul
O geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, no sul do Brasil, abrange uma área de 2.830,8 km² e abriga 74.120 habitantes. A região é caracterizada pela ocorrência de Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ricos do planeta em termos de biodiversidade.
No período pré-colombiano, os habitantes da região se abrigavam em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada, como a preguiça gigante), cujos numerosos vestígios ainda são visíveis no local.
“Além disso, o local apresenta os cânions mais impressionantes da América do Sul, formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente sofreu durante o desmembramento do supercontinente Gondwana, há cerca de 180 milhões de anos”, informou a Unesco.
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