A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu mudar o nome do vírus da varíola do macaco que se espalhou para quase 30 países, com mais de 1.600 casos. A medida é resultado de preocupações levantadas por um grupo de cientistas internacionais sobre a natureza “discriminatória” dos nomes das cepas do vírus.
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, anunciou na terça-feira que a organização está “trabalhando com parceiros e especialistas de todo o mundo para mudar o nome do vírus da varíola dos macacos, seus subtipos e a doença que causa” e que anunciará os novos nomes o mais rápido possível.
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"It’s also essential that vaccines are available equitably wherever needed. To that end, WHO is working closely with our Member States and partners to develop a mechanism for fair access to vaccines and treatments"-@DrTedros #monkeypox
— World Health Organization (WHO) (@WHO) June 14, 2022
A doença varíola do macaco (monkeypox) foi nomeada antes da OMS desenvolver diretrizes que recomendam não usar regiões geográficas ou nomes de animais para enfermidades ou vírus, com o objetivo de minimizar o impacto negativo.
A OMS atualmente lista duas cepas distintas de varíola do macaco em seu site: a cepa da África Central (Bacia do Congo) e cepa da África Ocidental.
Em seu artigo, os cientistas argumentaram que referenciar o vírus como “africano” é “não apenas impreciso, mas também discriminatório”. Eles levantaram preocupações sobre uma “narrativa crescente na mídia” de que o atual surto está ligado à África usando esses nomes.
Origem do nome
O vírus da varíola do macaco (monkeypox, em inglês) foi descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos de laboratório mantidos para pesquisa, daí o nome.
Porém, os macacos podem não ser os culpados pelos surtos, e o reservatório natural da varíola dos macacos permanece desconhecido, embora a OMS diga que os roedores são os mais prováveis.
O primeiro caso humano foi identificado na República Democrática do Congo em 1970. O vírus já foi relatado em vários outros países africanos, embora a maioria das infecções esteja na República Democrática do Congo, de acordo com os Centros de Controle de Doenças.
Nos últimos anos, casos foram relatados fora da África, com ligações com viagens ou animais importados, inclusive nos Estados Unidos, Israel, Cingapura e Reino Unido, segundo o CDC.
Casos do atual surto surgiram pela primeira vez em maio no Reino Unido, Portugal e Espanha.
Como é transmitida a varíola do macaco?
Basicamente, a varíola do macaco é transmitida quando alguém tem contato próximo com uma pessoa infectada.
O vírus tem algumas portas de entrada conhecidas; são elas: lesões na pele, olhos, nariz e boca.
Portanto, a transmissão pode ocorrer a partir do contato direto com as bolhas na pele, caraterísticas da doença, pela tosse ou espirro de pessoas infectadas e também pelo contato com roupas de cama com fluidos contaminados.
Embora esteja sendo investigado, o vírus ainda não foi descrito como uma doença sexualmente transmissível. Porém, pode ser passado durante a relação sexual pela proximidade entre as pessoas e o contato pele a pele.
O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem.
Sintomas da varíola do macaco
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, os sintomas da varíola do macaco são semelhantes, mas mais leves do que os sintomas da varíola. Eles geralmente incluem febre, calafrios, erupção cutânea, além de inchaço dos gânglios linfáticos.
A erupção associada à varíola do macaco pode ser confundida com outras doenças, como por exemplo, sífilis secundária, herpes e varicela-zóster.
O período de incubação (tempo desde a infecção até os sintomas) da varíola do macaco é geralmente de 7 a 14 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
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